Hoje, 15 de abril, é o dia do seu aniversário. Nasceu no dia 15 de abril de 1928, portanto, hoje faria 53 anos, mas, em 23.10.82, nos deixou, ainda com 54 anos de idade e uma vida produtiva.
ARNULFO, este era seu prenome, não gostava, preferia LUIZ, JOSÉ, FRANCISCO. Mas seu pai deu-lhe, na pia batismal, o nome de ARNULFO, em homenagem a um irmão sacerdote.
Nasceu na cidadezinha de São Brás, à margem esquerda do rio São Francisco, mas logo cedo foi estudar em Penedo (AL) e, posteriormente, em Barra da Estiva (BA), levado por um tio padre ede nome Fernando Santana.
Em São Brás, aluno da Profa. Alice, estudou as primeiras letras, destacando-se pela inteligência precoce. Em Penedo estudou no Colégio Jácome Calheiros. É aí que aparece o padre, - que todo ano levava um sobrinho para educar na Bahia -, e levou-o para a cidade baiana.
Terminado o estágio na Bahia ARNULFO volta para sua terra e logo depois aporta em Aracaju(SE).
Mas, por enquanto, não ficaria na terra de Tobias Barreto, faz concurso para a Marinha de Guerra, é aprovado e lá vai para o Rio de Janeiro, embarcando no encouraçado Minas Gerais.
No Rio estuda no Colégio Santa Rosa, concluindo o ginásio. Faz exame para oficial da Marinha, é aprovado, mas face demorar a promoção naquela arma, dá baixa daquela força e volta para sua Aracaju, que, nos fins de seus dias, presta-lhe homenagem, concedendo-lhe o nome de uma artéria, a Av. Jornalista Santos Santana, próxima à Sementeira, indo até a rótula do bairro Jardins.
Teve uma vida profícua no jornalismo/radialismo, tendo sido locutor/narrador de todas as emissora da época: Difusora (hj. Aperipê), Cultura, Liberdade. Me parece que não trabalhou na Jornal.
Com o advento da TV me confidenciava que ficava triste por não ter sido convidado para trabalhar na emissora.
Considerado dos melhores narradores das emissoras, não foi fácil a sua admissão nas rádios.
Lembro que em sua residência, à rua Capela, n° 454, rua hj. inexistente, ficava nos morros de areia, ele lia os jornais em voz alta, dando entonação de locutor. E foi assim que fez teste para a rádio Liberdade e foi aprovado. Foi contemporâneo de Antônio Leolino, Raimundo Silva, Santos Mendonça (seu cunhado), Silva Lima, Santo Souza, Carlito Melo e outros que me fogem à memória.
Percorreu as três principais emissoras da época. Na Cultura fazia o jornal da manhã com Gilvan Fontes; Na Difusora encontrou o hoje decano da radiofonia sergipana, José Eugênio de Jesus.
Também prestou serviços a muitos políticos da época, como Luiz Garcia, Leandro Maciel, Augusto Franco e por último o seu grande amigo, que pranteou a sua morte, o ex-prefeito Heráclito Rollemberg.
Após seu falecimento seus amigos pesquisaram crônicas esparsas de ARNULFO e publicaram o seu livro póstumo "ARACAJU DOS MEUS AMORES", obra que em uma de suas orelhas o jornalista Juarez Conrado ( tb. falecido) escreve " Uma voz a serviço de Deus" e o tb. desaparecido jornalista Hugo Costa escreve: " Como diz o Evangelho que os humilhados serão exaltados e os exaltados serão humilhados, é justo concluir que, atualmente, no Governo Divino, SANTOS SANTANA é o locutor oficial do céu.
É uma pena para nós, que SANTOS MENDONÇA, HUGO COSTA, JUAREZ CONRADO, CARLITO MELO e outros não estejam mais conosco , mas estou certo que todos estes estão com SANTOS SANTANA no reino divino. E ARNULFO fará de lá o seu programa " A VOZ DE PENEDO" e escreverá sobre sua querida Aracaju; SANTOS MENDONÇA fará o seu calendário; JUAREZ CONRADO fará suas belas crônicas e CARLITO MELO lerá, pausadamente, ao microfone da rádio celestial,como fazia, DEZ QUILOWATS . E todos eles e outros mais se foram e nós estamos aqui lembrando a sua vida entre nós, porque ARNULFO SANTOS SANTANA era meu irmão.
sexta-feira, 15 de abril de 2011
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
A CANOA DE TOLDA NO "VELHO CHICO"
São 23 hs. do dia 10.02.2011, estou assistindo tv e ligado na internet. Em um dos canais vejo singrando as águas do rio São Francisco a canoa "Luzitânia", última das canoas de tolda do
meu tempo de menino na minha querida São Brás (AL). Aliás, tomei conhecimento que a em-
barcação foi tombada pelo patrimônio nacional. Vê-la subindo e descendo o rio remeteu-me à
minha infância, quando ficava à beira do rio observando as canoas que vinham de Propriá, su-
bindo o rio São Francisco. Naquela época o rio era caudaloso, majestoso, só comparado ao rio
Nilo que banha o Egito. Era uma festa ver as canoas, velas enfunadas, de várias cores, com des-
tino à minha terra e outras cidades ribeirinhas, como Pão de Açúcar, Piranhas, etc. Mas o tempo, senhor da razão, passa e outros meios de transporte aparecem e no rio nascem as canoas a mo-
tor e as de tolda desaparecem. Vejo um canoeiro dizendo que não tem graça colocar um motor na
sua "Luzitânia", pois ela sempre navegou ao sabor dos ventos. E o velho canoeiro conta histórias
daquela época: se emociona ao ver o rio morrendo pouco a pouco, em nome do progresso; mano-
bra sua canoa para não ficar encalhada nas coroas existentes no rio; reclama das hidroelétricas,
causadoras da quase morte do "Velho Chico". E eu, personagem ocular da história, lembro de to-
dos esses fatos. A minha cidade era rodeada de lagoas, que desapareceram após o advento das
cachoeiras. Nós, meninos da época, construíamos uma jangada e nos largávamos na lagoa; de certa feita meu pai me exemplou porque pensava que eu estava no catecismo. Como diz o poe-
ta, " ai que saudades que eu tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida, que os
anos não trazem mais"...As cidades ribeirinhas de meu tempo não serão as mesmas, o rio secou
e só vemos areia. E ainda falam em transposição. Se o projeto for adiante o rio, que sempre matou a fome e a sede dos habitantes de suas margens, com a sua variada espécie de peixes; com
a plantação de arroz; com a sua ilha, será apenas uma pobre lembrança dos seus tempos áureos.
meu tempo de menino na minha querida São Brás (AL). Aliás, tomei conhecimento que a em-
barcação foi tombada pelo patrimônio nacional. Vê-la subindo e descendo o rio remeteu-me à
minha infância, quando ficava à beira do rio observando as canoas que vinham de Propriá, su-
bindo o rio São Francisco. Naquela época o rio era caudaloso, majestoso, só comparado ao rio
Nilo que banha o Egito. Era uma festa ver as canoas, velas enfunadas, de várias cores, com des-
tino à minha terra e outras cidades ribeirinhas, como Pão de Açúcar, Piranhas, etc. Mas o tempo, senhor da razão, passa e outros meios de transporte aparecem e no rio nascem as canoas a mo-
tor e as de tolda desaparecem. Vejo um canoeiro dizendo que não tem graça colocar um motor na
sua "Luzitânia", pois ela sempre navegou ao sabor dos ventos. E o velho canoeiro conta histórias
daquela época: se emociona ao ver o rio morrendo pouco a pouco, em nome do progresso; mano-
bra sua canoa para não ficar encalhada nas coroas existentes no rio; reclama das hidroelétricas,
causadoras da quase morte do "Velho Chico". E eu, personagem ocular da história, lembro de to-
dos esses fatos. A minha cidade era rodeada de lagoas, que desapareceram após o advento das
cachoeiras. Nós, meninos da época, construíamos uma jangada e nos largávamos na lagoa; de certa feita meu pai me exemplou porque pensava que eu estava no catecismo. Como diz o poe-
ta, " ai que saudades que eu tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida, que os
anos não trazem mais"...As cidades ribeirinhas de meu tempo não serão as mesmas, o rio secou
e só vemos areia. E ainda falam em transposição. Se o projeto for adiante o rio, que sempre matou a fome e a sede dos habitantes de suas margens, com a sua variada espécie de peixes; com
a plantação de arroz; com a sua ilha, será apenas uma pobre lembrança dos seus tempos áureos.
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