segunda-feira, 30 de março de 2009

FACULDADE DE DIREITO DE SERGIPE - I


Há um bom tempo venho pesquisando a origem da Faculdade de Direito de Sergipe. Os documentos que comprovam a sua instalação nem sempre são fáceis de encontrar, mesmo na própria UFS, que a absorveu, nem em outros Órgãos. Mas não desanimei, em notícias esparsas, aqui e ali, e até alguns dados quando lá estive, como discente e posteriormente como docente, por volta do início da década de l970.

Do acervo colhido ,passo a dar as seguintes informações para os pósteros:

a) Em l950, um grupo de juristas patrícios fundou a Faculdade de Direito de Sergipe, buscando dar à mocidade sergipana, - que sempre foi vocacionada para os estudos jurídico-sociais -, o direito de graduar-se dentro do seu Estado, sem ter que ir para a Bahia ou outros centros;

b) Trabalhando em equipe, os fundadores conseguiram dotar Sergipe de uma Escola de direito;

c) Alguns dos fundadores tombaram no caminho, como Carvalho Neto, Octávio Leite, Enoch Santiago, Álvaro Silva e Leite Neto;

d) Mas continuaram a labutar, na senda do saber,Posteriormente os profs. Alberto Bragança de Azevedo, Gonçalo Rollemberg Leite, Hunald Cardoso, João de Araújo Monteiro, José da Silva Ribeiro Filho, Luiz Pereira de Melo, Manuel Cabral Machado, Olavo Ferreira Leite e Osman Hora Fontes;

e) Posteriormente assumem suas cátedras os profs. José Amado Nascimento, Balduíno Ramalho, Garcia Moreno, Bonifácio Fortes, José Silvério Leite Fontes, Waldemar Fortuna de Castro, Luiz Carlos Fontes de Alencar e Juçara Fernandes Fontes, além de outros que me fogem à memória.

Para conhecimento da comunidade, foto dos formandos de 1969 e alguns dos professores da época, onde também está este escriba.

Seguiremos contando a história da Faculdade de Direito de Sergipe.

Bom dia, Aracaju


sábado, 28 de março de 2009

CAOS TOMA CONTA DE ARACAJU


Diariamente, após caminhada nas redondezas, compro os jornais da terra para me informar sobre os últimos acontecimentos. Também ao café, tv. ligada, vejo as notícias internacionais, nacionais e locais. Costume de muito tempo. Mas hoje fiquei estarrecido. As manchetes dos três principais matutinos só falavam em "CAOS". Um dos jornais estampa: "mais de 180 mil usuários de transporte coletivo sofrem com a paralisação"; outro: " Aracaju vive manhã de caos e violência no centro"; e um terceiro, mais timidamente, também se refere à péssima situação por que passa o cidadão sergipano. É triste vê esse momento crucial. Como morador de Aracaju durante 60 anos jamais presenciei tal estado de coisas. Sempre houve greves, até a minha Universidade Federal faz greve, estive em várias naquela casa de ensino superior. Mas não um encadeamento de paralisações como agora. Essa parede (grève, do francês) vem ocorrendo em várias categorias profissionais, como dos motoristas de ônibus, dos professores estaduais e municipais. Outras categorias já ameaçam com a paralisação. Além do caos implantado, A DESO tem penalizado o aracajuano com a falta de água na cidade. O tal de rodízio, que não é cumprido como estabelecido. Mas os governantes acham que tudo está bem , - para alguns , diga-se de passagem -; o governo federal diz que é "uma marolinha", uma "gripe" que está assolando o País. Tomara que não seja o tsunami ou a gripe espanhola, que no início do século 20 dizimou milhares de brasileiros. Daqui a pouco vão insinuar que o caos foi promovido pelo governo anterior. Já estou cansado dessa conversa, é o único argumento que o líder do governo na Assembléia tem. É uma lenga-lenga danada, própria de quem não tem argumento. Segue-lhe o líder do governo municipal, o governo da "cidade de melhor qualidade de vida". Foi um achado para o Prefeito essa pesquisa feita por um órgão governamental. Quem não tem o que mostrar se ampara nas pesquisas feitas por amostragem. Acredito que a pesquisa foi feita aqui na zona sul, na 13 de Julho, na orla., etc. Vá visitar os bairros da periferia da zona norte para ver o que acontece. Bairros sem água, sem esgoto, sem luz elétrica. Esse é o quadro de nossa cidade. O Secretário de Educação, meu colega na UFS, pegou, como se diz " um rabo de foguete" e tenta apagá-lo, sem êxito. Pobres professores, que não recebem piso salarial da categoria e por sofismas a Secretaria informa que está cumprindo o que estatui a lei. Na verdade, o magistério, quer federal, estadual ou municipal não é reconhecido pelo poder público. Veja-se a UFS, quando lá estive vi greves de mais de 3 meses e o governo pouco ligava. Para concluir, transcrevo, aqui uma frase do ator global :" Em Sergipe, agora, a história é outra". É verdade, a história tá sendo outra, diferente dos governos que tiveram assento nos dois executivos, enfim, Aracaju tá sendo lançado no CAOS. Vamos ver se se levanta. Boa tarde, minha cidade.

terça-feira, 24 de março de 2009

BAIRROS DE ARACAJU DO SÉCULO 20

Do Estado de Alagoas, onde nasci, mais precisamente na cidade de São Brás, localizada à margem esquerda do rio São Francisco, o "velho Chico", chego à "metrópole", para mim, de Aracaju. Chamam-na, à época de Barbosópolis, em homenagem a Inácio Barbosa, governante da época, que transferiu de São Cristóvão para Aracaju a capital do Estado. Contam que um filho da terra sancristovense -" João Bebe Água", guardou por muitos anos os foguetes para espocar tão logo a capital voltasse para a sua terra. É essa Aracaju de 154 anos que encheu os meus olhos de alegria. Essa cidade de Barbosa ( o sufixo indica) me viu pisar o seu chão por volta da metade do século 20. À época poucos eram os seus bairros: Santo Antônio, Industrial, Oficinas (Aribé, Siqueira Campos), Dezoito do Forte, Praia Formosa (hoje 13 de Julho), São José e "Carro Quebrado" ( hoje Av. Edézio Vieira de Melo). Era a época dos nossos queridos bondes, que percorriam todos esses bairros. Havia até o circular; Era a Aracaju bucólica, "Cidade Jardim", como também foi conhecida; Era a Aracaju das vitrines da rua João Pessoa (hj. Calçadão); Era a Aracaju dos carnavais da rua João Pessoa, festejo que percorria desde a José do Prado Franco até a pça. Fausto Cardoso. Vendia-se lança perfume a granel. Cada bairro tinha sua peculiaridade: Santo Antônio sempre dedicado ao santo casamenteiro e ali se instalou a classe média baixa, com suas casinhas. Lembro bem da rua D. Quirino, onde o bonde passava; Simeão Sobral, por onde trafegavam os ônibus que se dirigiam ao interior do Estado. Eram veículos da empresa Marinho Tavares. Ficavam estacionados na rua da frente, ao lado da alfândega, no hidroviário. Bairro Industrial com suas fábricas de tecidos: Confiança e Sergipe Industrial; Oficinas/Aribé/Siq. Campos, onde se desenvolvia, à época, o comércio, com suas bodegas, mercearias e a estação de trem Leste Brasileiro, hoje desativada. Dezoito do Forte, que se desenvolveu junto ao Quartel do 28BC. Praia Formosa (hj. 13 de Julho), local da aristocracia sergipana, ali tinha os Clubes Sergipe e Cotinguiba, depois o Iate, dedicados às regatas. São José, bairro onde se encontra a igreja do mesmo nome, ficava à beira dos mangues. Carro Quebrado era quase que uma vila, com suas casinhas de palha, vizinho ao São José. Depois, no governo Leandro Maciel nasceu Brasília, mangues aterrados com a areia das ruas Capela, Bonfim, Lagarto. Este era o quadro da Aracaju dos anos cinquenta. Bom dia, Aracaju.

segunda-feira, 23 de março de 2009


O ATHENEU
Não se trata aqui da obra famosa de Aluísio Azevedo no século dezenove, mas do Atheneu de Sergipe, do meu Atheneu. Passo em frente ao prédio, na Av. Ivo do Prado, e me entristece ver o estado daquela escola, que produziu os maiores vultos da intelectualidade sergipana. Por volta de 1947 ali entrei, após exame de admissão. Para o menino de 13 anos tudo era festa. Inicio o ginásio e conheço grandes mestres. Avultavam Manuel Franco Freire, de Inglês, Ofenísia Soares Freire, de Português, José Augusto da Rocha Lima, de Francês, Mons. Dr. Alberto Bragança de Azevedo, de Latim e mais Jugurta, Franklin e tá chegando Paulo Almeida Machado, que muito depois foi meu colega no Dep. de Direito da Ufs. Belos tempos, belos dias. Dali, muitos colegas galgaram altos postos nos chamados três poderes de Montesquieu: Executivo, Legislativo e Judiciário e até no chamado também quarto poder, a imprensa. Mas, como disse, é triste ver o estado deplorável em que se encontra aquela casa de ensino. Como diz o poeta romano, " cai, dos meus olhos, uma gota". Bom dia , Aracaju

sábado, 21 de março de 2009

TARDES DE ARACAJU - minha primeira crônica

Te vejo, Aracaju, tão ensolarada, tão bonita. Daqui do meu apê diviso prédios te cercando. Hoje, minha cidade, tu és ré da ambição imobiliária. Hoje, Aracaju, não és mais a cidade provinciana que conheci quando aqui cheguei. E lá vão mais de 60 anos. Hoje já es uma moça sesquicentenária, perdeste a juventude. Cadê, Aracaju, os seus morros de areia que eu soltava pipas. Cadê Aracaju, o nosso Parque, com suas cachoeiras e o meu colégio Jackson de Figueiredo, do Prof. Benedito e D. Judite. Cadê, Aracaju, a Praia Formosa, onde na baixamar os meninos jogavam bola. Cadê, Aracaju, o meu Atenheuzinho na rua da frente, onde fiz o meu ginásio. Cadê, Aracaju, as famosas retretas da Praça Fausto Cardoso, onde os casais passeavam rodeando a praça. Cadê, Aracaju, a Associação Atlética de Sergipe, clube aristocrático da cidade, antes do Iate. Pois é, Aracaju, vou continuar a indagar e espero uma resposta. Boa tarde, Aracaju.