UMA RUA (AVENIDA) CHAMADA JORNALISTA SANTOS SANTANA
È verdade, não é uma rua chamada pecado, título de um velho filme. É, sim, Avenida jornalista SANTOS SANTANA. Percorro a Avenida, fico emocionado, começa nas imediações da Sementeira e vai até a rótula do shopping “jardins”. Após a morte do jornalista, o povo sergipano, através do poder legislativo municipal, prestou-lhe justa homenagem. O prefeito da época sancionou a norma jurídica.
A notícia é alvissareira e se me fosse possível dar a notícia ao homenageado, faria da seguinte forma: ARNULFO (Santos Santana), você já é nome de rua (Avenida) na sua Barbosópolis, terra que você tanto amou e que passou três décadas de sua vida convivendo com os sergipanos. Fato que se deu nas décadas de 50 a 80.
Confesso, meu irmão, que não sei se esta carta lhe será entregue, pois, segundo jornalista da terra, você é o locutor do céu. Mas se você não estiver presente, ocupado com a sua emissora celestial, os seus colegas, que também deverão fazer parte do “cast” da rádio, Santos Mendonça, Silva Lima, Carlito Melo e o contolista da rádio Liberdade, Gileno, lhe entregarão este documento.
Como vê, ARNULFO, apesar de você ter nascido na pequenina São Brás, banhada pelo Velho Chico, Estado de Alagoas, o povo da terra de Sílvio e Tobias, outorgaram-lhe essa honraria. Você veio de canoa para Própria e fez a opção por Aracaju e não Maceió, apesar de você ter estudado em Penedo, no colégio do Sr. BEM-BEM. Aliás, você dedicou um programa na rádio Liberdade a Penedo. Título: “ A VOZ DE PENEDO”. Mas fincou raízes aqui e para esta terra abençoada trouxe o resto da família. Lembro de um telegrama seu para os familiares, após a morte de nosso pai. À época você prestava serviços à Marinha do Brasil: “seguirei primeiro navio e aí acertaremos os nossos destinos”. E você chegou e traçou os nossos destinos.
Lembro de quando você lia diariamente a revista “ O CRUZEIRO”, dando entonação de locutor. Submeteu-se a teste na rádio Liberdade e foi aprovado. Foram seus colegas, naqueles tempos, ANTONIO LEOLINO, SANTOS MENDONÇA, o poetinha SANTO SOUZA, CARLITO MELO, RAIMUNDO SILVA, entre outros, na rádio Liberdade.
Além da Liberdade, você esteve na antiga DIFUSORA, e conviveu com JOSÉ EUGÊNIO, WELLINGTON ELIAS e outros. Por fim, chegou à CULTURA e ali encontrou o hoje famoso noticiarista de TV Gilvan Fontes. Também Fernando Pereira, Irandi Santos, Carlos Magalhães, e outros. Esta última emissora também lhe prestou homenagem com uma medalha no aniversário da emissora.
Hoje, ARNULFO, a sua Aracaju mudou muito, não é a mesma dos anos 80. O progresso também chegou aqui. É uma pena que você não participa da era da informática, são os computadores de última geração e os celulares, não existe mais máquina de escrever de seu tempo.
Mas é importante que lhe diga que o povo sergipano não lhe esqueceu. O EVANDO, o HUGO COSTA, seu primo-irmão, o GILVAN FONTES, que começou com você na locução jornalística na rádio Cultura, o Carlos RODRIGUES, que fez praticamente um seminário abordando suas crônicas no livro “ARACAJU DOS MEUS AMORES”, o ALCEU MONTEIRO e muitos outros.
É importante lhe dizer que você esta imortalizado. Não é um acadêmico da ASL, mas poderia sê-lo, se tivesse vida para tanto. Jornalista lá estão, como seu amigo JOÃO OLIVA ALVES, JOSÉ AMADO NASCIMENTO, entre outros.
Por último, quero lhe pedir um favor, aliás, dois favores: agradeça ao seu amigo-irmão EVANDO que, instado a fazer reportagem sobre a AVENIDA jornalista SANTOS SANTANA, fé-lo imediatamente, designando a jornalista Célia Silva, para tratar da matéria. O segundo favor deve ser dirigido ao jornalista NAZÁRIO PIMENTEL, que me passou o seguinte telegrama: “Prezado Amigo, não pense você que perdeu um irmão; não fique a imaginar que hoje está sozinho. Santos Santana é uma daquelas figuras que não morre. Sempre otimista nos momentos mais difíceis, alegre e irreverente, em todas as ocasiões. Aonde você ler o dia a dia da notícia ele estará presente. Por tudo isso, fique certo, SANTOS SANTANA é hoje no mundo conturbado em que vivemos o símbolo daquilo que almejamos: um mundo melhor para todos nós.Não lhe transmito pêsames, digo apenas que Santos Santana está viajando em busca do bem-estar para todos aqueles que acreditam que teremos muito breve um amanhã com mais AMOR. Um forte abraço do companheiro NAZÁRIO PIMENTEL, Diretor do Jornal de Sergipe”.
Abraços, que você esteja coberto pelo manto sagrado.
Luiz Santana..
Em 27 de julho de 2007.
domingo, 15 de novembro de 2009
domingo, 6 de setembro de 2009
LUIZ SANTANA - HISTÓRIA DE UMA VIDA
Pede-me o Jornal da Cidade, através de seu competente jornalista, um apanhado, uma pequena biografia de minha vida em terras alagoanas, sergipanas e baianas. Faço-o agora, a fim de dar conhecimento das atividades vividas em mais de meio século.
Nasci na cidadezinha de SÃO BRÁS, Estado de Alagoas, localizada à margem esquerda do rio São Francisco, em 04 de agosto de 1933, portanto hoje já sou um setentão bem vivido, atravessando boas e más fases da vida, mas quem não as passa? Ultrapassei as piores e me sinto hoje realizado nas tarefas que abracei.
Meus pais, - Hermes Santana e Áurea Santos Santana -, hoje falecidos, meu pai desapareceu com apenas 39 anos, na cidade de Penedo(AL) e minha mãezinha, aqui mesmo, nos meus braços, em janeiro de 2001, com 93 anos; meu genitor exercendo atividade de comerciante em São Brás e minha mãe vivia para cuidar dos filhos.
A família de meu pai era muito conhecida em São Brás, 11 irmãos, com dois padres na família, tio Fernando e tio Arnulfo, razão por que meu pai, em homenagem ao sacerdote, colocou o nome de ARNULFO em meu irmão mais velho, o saudoso Arnulfo SANTOS SANTANA.
Minha mãe chegou a ter 16 filhos, quase todos nasciam e faleciam, pois em São Brás não tinha médicos e era preciso levar para Própria (SE). Criaram-se apenas 3: Arnulfo, eu e Carmelita, esta última falecida já aqui em Aracaju, com 13 anos de idade, restaram o jornalista e este escriba.
Lembro da minha infância em São Brás, os amigos da época, a escola, o catecismo e, principalmente, o caudaloso rio São Francisco, que passava atrás de nossa casa, que beleza, meu Deus!!! E, como o jurisconsulto romano, CAIO, “ cai , dos meus olhos, uma gota” , ao lembrar-me do Velho Chico, e o menino de ontem lembra o poeta e profere: “ ai que saudades que eu tenho, da aurora da minha vida, da minha infância querida, que os anos não trazem mais”....
Os negócios de meu pai não dão certo e nós,numa canoazinha, - ainda me lembro -, vamos morar na vila da Passagem – Neópolis – Sergipe, na casa de tia Maria. A casinha de minha tia era de palha e passamos alguns meses por lá. Posteriormente meu pai, operário da fábrica da Passagem, melhora de situação e vamos morar em uma casa da fábrica na rua do futebol.
Na Passagem estudava e era coroinha da igreja. A minha professora LILA usava uma régua nas aulas e muitas vezes tomei bolos em minhas mãos porque não acertava alguma indagação.
Mas meu pai, Hermes, já gozava de prestígio e fazia parte de sindicatos em Neópolis; fazia discursos. Hoje, rememorando os fatos, entendo que foi em 1945, período da redemocratização do País, fim do Estado Novo, presidido pela Constituição de 1937, a “polaca”, modelo polonês.
Pois bem, nessas andanças, atravessando da Passagem para Penedo, meu pai é acometido de febre tifóide, e à época ainda não existia a cloromicetina, faleceu em Penedo e o corpo trasladado para São Brás, onde estão os seus restos mortais.
Á época meu irmão Arnulfo, que já estivera com um tio em Barra da Estiva (BA), tio Fernando (padre), que todo ano levava 3 sobrinhos para educar, não era o que dizia meu irmão, sofriam nas mãos do sacerdote. Então, meu irmão faz concurso aqui na Capitania dos Portos e segue para a Marinha de Guerra do Brasil. E de lá, do Rio de Janeiro, navio fundeado por lá, ,manda o seguinte telegrama :” seguirei primeiro navio, aí acertaremos os nossos destinos” (Arnulfo).
Mais uma vez a família muda de endereço, agora Aracaju, casa de meus avós. É o ano de 1946, ainda, novembro, após a morte de meu pai.
É nesta terra ,abençoada por Deus, que me adotou e eu adotei-a, de coração, sem ter recebido títulos de cidadão aracajuano/sergipano, que tenho vivido mais de meio século; é aqui que fiz meus estudos; é aqui que criei meus filhos, um médico e uma advogada; é aqui que participei da formação da juventude sergipana, como professor de direito da UFS; é aqui que já advoguei,; é aqui que, finalmente, como funcionário do Banco do Brasil , Supervisor em Lagarto/Salgado e Gerente instalador da Ag. Em Campo do Brito(SE).
Mas, chegando a Aracaju, após a morte de meu pai, minha mãe, com uma pequena pensão, me botou no colégio Jackson de Figueiredo e ali fiz o quarto e o quinto ano de uma só vez. É que o prof. Benedito Alves de Oliveira disse que os alunos do quarto ano(eu cursava o quarto ano), que obtivessem a média 9 no meio do ano, passariam para o quinto e eu, o Prof. João Costa, depois nos encontramos na UFS como mestres, obtivemos e passamos para o quinto no meio do ano. Aí terminamos o quinto e fizemos exame de admissão para o velho Atheneuzinho, dirigido pelo Prof. Joaquim Sobral e fomos aprovados.
Termino o ginásio, mas preciso trabalhar para ajudar minha mãezinha e minha irmã Carmelita, que falece em 1954, estudante da Escola Normal. A princípio trabalho numa firma comercial – Cardoso, Costa & Cia. -, no hoje calçadão, vizinho ao antigo cinema Rio Branco. Mas me matriculei no curso de Técnico em Contabilidade, no primeiro ano
No velho Colégio Tobias Barreto e depois na Escola de Comércio. No Tobias encontrei o prof. Alberto Figueiredo, pai da advogada Denise Figueiredo, minha colega de Banco e de advocacia. Bem, Alberto me convida para trabalhar na Casa Bancária de Crédito Sergipense, onde ele era Contador. Aceito, e é aí que começa a minha vida bancária.
Termino o curso de Contabilidade lá vem novo convite: o Contador do Banco Comércio e Indústria me informa que em Salvador tem um banco – Banco de Crédito Popular -, que querem admitir um funcionário para o cargo de Chefe-de-serviço. Chorei ao sair da terrinha, mas fui seguir meu destino. A sede do Banco era na rua Portugal 12 e Miguel Calmon, 11, duas frentes. Ali me informam que o Banco vai abrir agências nas cidades de Jequié e Itabuna, se eu queria ser o contador instalador da agência. Vou, mas antes venho me casar com minha querida Odete, namorada dos tempos de colégio e escolho Jequié. Lá trabalho, nascem meus filhos, apenas 2, outros faleceram , pois temos o chamado FATOR RH.
Como Contador do Banco estava satisfeito, mas apareceu o concurso do Banco do Brasil, submeti-me e passei em primeiro lugar, no meio de 40 candidatos. Mas fui o último a assumir, dos 4 aprovados, porque fui acometido de asma brônquica alérgica e o médico não me deixava assumir, mas, finalmente, em 14.03.1958, assumi e passei 4 anos em Jequié. Meu irmão – Arnulfo -, dá baixa na Marinha e me pede para vir para Aracaju, a fim de ficar junto da família. Já tinha pedido transferência para São Paulo, Ag. Bom Retiro, mas cancelei e pedi transferência para Aracaju, e em 1962 assumo na velha Ag. da rua da frente. Mas ainda não esmoreço e presto vestibular para direito, sou aprovado e começa nova fase na minha v ida.
Mas faço um parêntese aqui, para citar alguns professores que passaram pela minha vida e participaram, definitivamente para a minha formação cultural: em São Brás não me lembro mais da professora, mas aqui em Sergipe, primeiro Passagem :– Prof. Lila; Jackson –: Profs. Benedito, Judite, Dulce; Atheneuzinho –: Franco Freire, José Augusto da Rocha Lima, Ofenísia Soares Freire, Mons. Dr. Alberto Bragança de Azevedo; Tobias –:Alberto Figueiredo;Minha querida Faculdade de Direito, ainda não era Dep. De Direito da UFS, aliás, Dr. Gonçalo, irmão de José Rollemberg Leite, não queria incorporar a Faculdade de Direito à UFS, ele dizia: “ já somos Faculdade Federal de Direito” e não temos interesse de participar da UFS. Tanto que se aposentou e o Prof. Garcia Moreno, Luiz Bispo, Osman Hora Fontes, Monteirinho e outros incorporaram a velha Faculdade à Ufs. Comungo do pensamento do jurista Gonçalo, como Faculdade o nosso curso era seriado. Veja na foto os colegas formandos, todos começaram no primeiro ano e fomos até o quinto ano. Indague-se aos colegas Carlos Britto, Marilza Maynard, Josefa Paixão, Artêmio, Aparecida, Célia, Netônio, ministro, Desembargadores, Juízes, todos meus contemporâneos, se o curso seriado não era mais produtivo e de maior aprendizagem, preparando melhor os operadores do direito. Fui prof. pelo sistema de crédito e não gostei, turmas heterogêneas.
Bem, concluo o curso de Direito em outubro/69 e sou convidado a ensinar a matéria EPB, recém-criada. Prestamos concurso e passamos a ensinar, definitivamente, a matéria. Somos 8 professores: Carlos Britto, Fernando Lins, José Osvaldo, José Antonio da Costa Melo, Antonio Soares de Araújo, eu, e outros que não me lembro.
Posteriormente, somos guindados às nossa áreas de origem, alguns, como eu, passamos a lecionar no Dep. De Direito. Assim é que, durante mais de 20 anos ministramos aulas de direito – IED e matérias correlatas. Em 1998, me aposento da Ufs e do Banco, desde outubro de 1985. Esta é a história, em resumo, da minha vida.
Nasci na cidadezinha de SÃO BRÁS, Estado de Alagoas, localizada à margem esquerda do rio São Francisco, em 04 de agosto de 1933, portanto hoje já sou um setentão bem vivido, atravessando boas e más fases da vida, mas quem não as passa? Ultrapassei as piores e me sinto hoje realizado nas tarefas que abracei.
Meus pais, - Hermes Santana e Áurea Santos Santana -, hoje falecidos, meu pai desapareceu com apenas 39 anos, na cidade de Penedo(AL) e minha mãezinha, aqui mesmo, nos meus braços, em janeiro de 2001, com 93 anos; meu genitor exercendo atividade de comerciante em São Brás e minha mãe vivia para cuidar dos filhos.
A família de meu pai era muito conhecida em São Brás, 11 irmãos, com dois padres na família, tio Fernando e tio Arnulfo, razão por que meu pai, em homenagem ao sacerdote, colocou o nome de ARNULFO em meu irmão mais velho, o saudoso Arnulfo SANTOS SANTANA.
Minha mãe chegou a ter 16 filhos, quase todos nasciam e faleciam, pois em São Brás não tinha médicos e era preciso levar para Própria (SE). Criaram-se apenas 3: Arnulfo, eu e Carmelita, esta última falecida já aqui em Aracaju, com 13 anos de idade, restaram o jornalista e este escriba.
Lembro da minha infância em São Brás, os amigos da época, a escola, o catecismo e, principalmente, o caudaloso rio São Francisco, que passava atrás de nossa casa, que beleza, meu Deus!!! E, como o jurisconsulto romano, CAIO, “ cai , dos meus olhos, uma gota” , ao lembrar-me do Velho Chico, e o menino de ontem lembra o poeta e profere: “ ai que saudades que eu tenho, da aurora da minha vida, da minha infância querida, que os anos não trazem mais”....
Os negócios de meu pai não dão certo e nós,numa canoazinha, - ainda me lembro -, vamos morar na vila da Passagem – Neópolis – Sergipe, na casa de tia Maria. A casinha de minha tia era de palha e passamos alguns meses por lá. Posteriormente meu pai, operário da fábrica da Passagem, melhora de situação e vamos morar em uma casa da fábrica na rua do futebol.
Na Passagem estudava e era coroinha da igreja. A minha professora LILA usava uma régua nas aulas e muitas vezes tomei bolos em minhas mãos porque não acertava alguma indagação.
Mas meu pai, Hermes, já gozava de prestígio e fazia parte de sindicatos em Neópolis; fazia discursos. Hoje, rememorando os fatos, entendo que foi em 1945, período da redemocratização do País, fim do Estado Novo, presidido pela Constituição de 1937, a “polaca”, modelo polonês.
Pois bem, nessas andanças, atravessando da Passagem para Penedo, meu pai é acometido de febre tifóide, e à época ainda não existia a cloromicetina, faleceu em Penedo e o corpo trasladado para São Brás, onde estão os seus restos mortais.
Á época meu irmão Arnulfo, que já estivera com um tio em Barra da Estiva (BA), tio Fernando (padre), que todo ano levava 3 sobrinhos para educar, não era o que dizia meu irmão, sofriam nas mãos do sacerdote. Então, meu irmão faz concurso aqui na Capitania dos Portos e segue para a Marinha de Guerra do Brasil. E de lá, do Rio de Janeiro, navio fundeado por lá, ,manda o seguinte telegrama :” seguirei primeiro navio, aí acertaremos os nossos destinos” (Arnulfo).
Mais uma vez a família muda de endereço, agora Aracaju, casa de meus avós. É o ano de 1946, ainda, novembro, após a morte de meu pai.
É nesta terra ,abençoada por Deus, que me adotou e eu adotei-a, de coração, sem ter recebido títulos de cidadão aracajuano/sergipano, que tenho vivido mais de meio século; é aqui que fiz meus estudos; é aqui que criei meus filhos, um médico e uma advogada; é aqui que participei da formação da juventude sergipana, como professor de direito da UFS; é aqui que já advoguei,; é aqui que, finalmente, como funcionário do Banco do Brasil , Supervisor em Lagarto/Salgado e Gerente instalador da Ag. Em Campo do Brito(SE).
Mas, chegando a Aracaju, após a morte de meu pai, minha mãe, com uma pequena pensão, me botou no colégio Jackson de Figueiredo e ali fiz o quarto e o quinto ano de uma só vez. É que o prof. Benedito Alves de Oliveira disse que os alunos do quarto ano(eu cursava o quarto ano), que obtivessem a média 9 no meio do ano, passariam para o quinto e eu, o Prof. João Costa, depois nos encontramos na UFS como mestres, obtivemos e passamos para o quinto no meio do ano. Aí terminamos o quinto e fizemos exame de admissão para o velho Atheneuzinho, dirigido pelo Prof. Joaquim Sobral e fomos aprovados.
Termino o ginásio, mas preciso trabalhar para ajudar minha mãezinha e minha irmã Carmelita, que falece em 1954, estudante da Escola Normal. A princípio trabalho numa firma comercial – Cardoso, Costa & Cia. -, no hoje calçadão, vizinho ao antigo cinema Rio Branco. Mas me matriculei no curso de Técnico em Contabilidade, no primeiro ano
No velho Colégio Tobias Barreto e depois na Escola de Comércio. No Tobias encontrei o prof. Alberto Figueiredo, pai da advogada Denise Figueiredo, minha colega de Banco e de advocacia. Bem, Alberto me convida para trabalhar na Casa Bancária de Crédito Sergipense, onde ele era Contador. Aceito, e é aí que começa a minha vida bancária.
Termino o curso de Contabilidade lá vem novo convite: o Contador do Banco Comércio e Indústria me informa que em Salvador tem um banco – Banco de Crédito Popular -, que querem admitir um funcionário para o cargo de Chefe-de-serviço. Chorei ao sair da terrinha, mas fui seguir meu destino. A sede do Banco era na rua Portugal 12 e Miguel Calmon, 11, duas frentes. Ali me informam que o Banco vai abrir agências nas cidades de Jequié e Itabuna, se eu queria ser o contador instalador da agência. Vou, mas antes venho me casar com minha querida Odete, namorada dos tempos de colégio e escolho Jequié. Lá trabalho, nascem meus filhos, apenas 2, outros faleceram , pois temos o chamado FATOR RH.
Como Contador do Banco estava satisfeito, mas apareceu o concurso do Banco do Brasil, submeti-me e passei em primeiro lugar, no meio de 40 candidatos. Mas fui o último a assumir, dos 4 aprovados, porque fui acometido de asma brônquica alérgica e o médico não me deixava assumir, mas, finalmente, em 14.03.1958, assumi e passei 4 anos em Jequié. Meu irmão – Arnulfo -, dá baixa na Marinha e me pede para vir para Aracaju, a fim de ficar junto da família. Já tinha pedido transferência para São Paulo, Ag. Bom Retiro, mas cancelei e pedi transferência para Aracaju, e em 1962 assumo na velha Ag. da rua da frente. Mas ainda não esmoreço e presto vestibular para direito, sou aprovado e começa nova fase na minha v ida.
Mas faço um parêntese aqui, para citar alguns professores que passaram pela minha vida e participaram, definitivamente para a minha formação cultural: em São Brás não me lembro mais da professora, mas aqui em Sergipe, primeiro Passagem :– Prof. Lila; Jackson –: Profs. Benedito, Judite, Dulce; Atheneuzinho –: Franco Freire, José Augusto da Rocha Lima, Ofenísia Soares Freire, Mons. Dr. Alberto Bragança de Azevedo; Tobias –:Alberto Figueiredo;Minha querida Faculdade de Direito, ainda não era Dep. De Direito da UFS, aliás, Dr. Gonçalo, irmão de José Rollemberg Leite, não queria incorporar a Faculdade de Direito à UFS, ele dizia: “ já somos Faculdade Federal de Direito” e não temos interesse de participar da UFS. Tanto que se aposentou e o Prof. Garcia Moreno, Luiz Bispo, Osman Hora Fontes, Monteirinho e outros incorporaram a velha Faculdade à Ufs. Comungo do pensamento do jurista Gonçalo, como Faculdade o nosso curso era seriado. Veja na foto os colegas formandos, todos começaram no primeiro ano e fomos até o quinto ano. Indague-se aos colegas Carlos Britto, Marilza Maynard, Josefa Paixão, Artêmio, Aparecida, Célia, Netônio, ministro, Desembargadores, Juízes, todos meus contemporâneos, se o curso seriado não era mais produtivo e de maior aprendizagem, preparando melhor os operadores do direito. Fui prof. pelo sistema de crédito e não gostei, turmas heterogêneas.
Bem, concluo o curso de Direito em outubro/69 e sou convidado a ensinar a matéria EPB, recém-criada. Prestamos concurso e passamos a ensinar, definitivamente, a matéria. Somos 8 professores: Carlos Britto, Fernando Lins, José Osvaldo, José Antonio da Costa Melo, Antonio Soares de Araújo, eu, e outros que não me lembro.
Posteriormente, somos guindados às nossa áreas de origem, alguns, como eu, passamos a lecionar no Dep. De Direito. Assim é que, durante mais de 20 anos ministramos aulas de direito – IED e matérias correlatas. Em 1998, me aposento da Ufs e do Banco, desde outubro de 1985. Esta é a história, em resumo, da minha vida.
terça-feira, 18 de agosto de 2009
COLAÇÃO DE GRAU DOS FORMANDOS DO CCBS
No dia 11 de agosto de 2009 , - que coincidência, dia da formação dos cursos jurídicos -, compareço ao Espaço Emes, convidado por um sobrinho, para assistir à colação de grau dos formandos do CCBS (Centro de Ciências Biológicas e da Saúde), um dos Centros da Ufs. Os demais são: CCSA, onde fica Direito e cursos da área econômica, inclusive Serviço Social; CECH, onde se localizam diversos cursos, como Geografia, História, Letras, Pedagogia, Ciências Sociais, Filosofia, Psicologia, Sociologia, etc.; CCET, aí estão as Matemáticas, Física, Química, etc.
Bem, chego antes das 19 hs, data marcada para início da solenidade, evento que só começou depois das 8,30 hs. O espaço Emes é grande, sem conforto, próprio para as bandas de forró, tipo Aviões e outras.Os estudantes são dos cursos de Medicina, Enfermagem, Ed. Física, Eng. Florestal, Eng. Agronômica.Como participei de várias formaturas como Prof. da Ufs, Chefe de Departamento e Vice-Diretor do CCSA, sabia que a solenidade jamais começaria às 19 hs., dito e feito, começou quase às 21hs.Conversei com o Vice-Reitor, Prof. Antoniolli sobre os cursos e ele estava muito satisfeito. Todavia a mesa dos trabalhos é de apenas 4 pessoas: o Vice, substituindo o Reitor Josué, o Diretor do CCBS, Prof. Paixão, um Pró-Reitor, Prof. Arivaldo Montalvão e um Chefe do Dep. de Medicina, cujo nome esqueci.Agora é que a coisa pega, mas meus netos universitários me dizem que é normal. Estamos eu e a esposa assistindo aos discursos, todos sem conteúdo e já começa a algazarra, as buzinas começam a tocar. Cornetas iguais àquelas da África do Sul quando o Brasil jogou a copa das confederações.Durante meus quase 30 anos de Ufs nunca vi coisa igual. Tive vontade de sair, mas meu sobrinho ia receber o canudo e aguentei firme. A esposa já não suportava mais. Um garotinho de seus 7 anos chega perto de mim e apita, quase fura meus tímpanos. Como mudou, hein meus amigos. A formatura (colação de grau) sempre foi momento solene. Claro que os estudantes se regozijavam com o canudo que recebiam, exibiam à platéia, mas tudo com respeito e não com a demonstração de incivilidade que presenciei. A formatura hj. está descaracterizada. Até os médicos - curso que sempre foi considerado de elite -, entraram na gandaia. Não gostei e não espero mais participar de eventos dessa natureza.
Bem, chego antes das 19 hs, data marcada para início da solenidade, evento que só começou depois das 8,30 hs. O espaço Emes é grande, sem conforto, próprio para as bandas de forró, tipo Aviões e outras.Os estudantes são dos cursos de Medicina, Enfermagem, Ed. Física, Eng. Florestal, Eng. Agronômica.Como participei de várias formaturas como Prof. da Ufs, Chefe de Departamento e Vice-Diretor do CCSA, sabia que a solenidade jamais começaria às 19 hs., dito e feito, começou quase às 21hs.Conversei com o Vice-Reitor, Prof. Antoniolli sobre os cursos e ele estava muito satisfeito. Todavia a mesa dos trabalhos é de apenas 4 pessoas: o Vice, substituindo o Reitor Josué, o Diretor do CCBS, Prof. Paixão, um Pró-Reitor, Prof. Arivaldo Montalvão e um Chefe do Dep. de Medicina, cujo nome esqueci.Agora é que a coisa pega, mas meus netos universitários me dizem que é normal. Estamos eu e a esposa assistindo aos discursos, todos sem conteúdo e já começa a algazarra, as buzinas começam a tocar. Cornetas iguais àquelas da África do Sul quando o Brasil jogou a copa das confederações.Durante meus quase 30 anos de Ufs nunca vi coisa igual. Tive vontade de sair, mas meu sobrinho ia receber o canudo e aguentei firme. A esposa já não suportava mais. Um garotinho de seus 7 anos chega perto de mim e apita, quase fura meus tímpanos. Como mudou, hein meus amigos. A formatura (colação de grau) sempre foi momento solene. Claro que os estudantes se regozijavam com o canudo que recebiam, exibiam à platéia, mas tudo com respeito e não com a demonstração de incivilidade que presenciei. A formatura hj. está descaracterizada. Até os médicos - curso que sempre foi considerado de elite -, entraram na gandaia. Não gostei e não espero mais participar de eventos dessa natureza.
sexta-feira, 10 de abril de 2009
FACULDADE DE DIREITO DE SERGIPE - II
Após buscas incessantes, em documentários da Faculdade, descubro peça importante na criação daquela Casa de Ensino Superior - a Ata de Fundação. Alegro-me, pois no documento vejo seus personagens, homens que até hoje são conhecidos e reconhecidos nacional e internacionalmente, como o jurista ANTÔNIO MANUEL DE CARVALHO NETO e outros como Manuel Ribeiro, Manuel Cabral Machado, Francisco Leite Neto, Gonçalo Rollemberg Leite, Armando Leite Rollemberg, Mário Cabral, Luiz Garcia e até o médico Augusto César Leite. A Ata de Fundação se deu aos vinte e oito dias do mês de fevereiro de mil novecentos e cinquenta, às dez horas, na sede do Conselho Penitenciário do Estado, sito à Pça. Olímpio Campos, nesta cidade de Aracaju, capital do Estado de Sergipe. Por aclamação dos presentes foi escolhido para presidir a sessão o Doutor Antônio Manuel de Carvalho Neto que convidou o Bacharel João de Araújo Monteiro para secretário. O Presidente fez sentir aos presentes da necessidade de se criar uma Faculdade de Direito em Sergipe, pois os estudantes daqui, quando terminavam o "clássico" ou o "científico" eram obrigados a ir para outrs centros cursar a ciência jurídica. Por outro, lado, dizia Doutor Carvalho Neto, " ... onde os nossos jovens possam estudar com mais facilidade, atendendo ao mesmo tempo à carência que vimos sentindo de Bacharéis em Direito para exercerem funções várias no Estado, quer na Magistratura, quer no Ministério Público". E eu acrescento, "data venia", nas lides advocatícias. Também fez sentir aos presentes as dificuldades naturais para instalação da Faculdade, face a falta de patrimônio, mas exortou que tinha confiança no êxito da iniciativa, pois contaria, - dizia o mestre -, com apoio da população, do Governo Federal e do Governo do Estado. Um dos fundadores - o Doutor Affonso Moreira Temporal -, propôs que os fundadores exerceriam o magistério sem qualquer remuneração, " enquanto a Faculdade não estiver em situação financeira que permita fixar vencimentos compatíveis com a função do professor catedrático". Posta em discussão a proposta, foi a mesma aprovada por unanimidade.Ainda lembro, que quando estudava direito, período de 1964/69, professores reclamavam que não tinam remuneração. Foram verdadeiros heróis, que preparam para o mundo jurídico nomes como Osório de Araújo Ramos, Luiz Bispo, Antonio Vieira Barreto, Alberto Carvalho, Hugo Costa, Artur Oscar de Oliveira Déda, José Barreto Prado, Paulo Almeida Machado, José Osvaldo Machado e Silva, Manuel Cândido Filho, Thiers Gonçalves de Santana, Pedro Iroíto Dórea Leó, Eduardo Cabral Menezes, Manoel Pascoal Nabuco D'Ávila , e mais recente o Ministro do STF, Dr. Carlos Augusto Ayres de Freitas Brito, Dra. Marilza Maynard, Dra. Josefa Paixão de Santana, Dr. Walter Franco, Dr. José Anderson Nascimento e muitos mais. Prosseguiremos pesquisando a vida da Faculdade de Direito de Sergipe. Bom dia, Aracaju, nesta sexta-feira santa.
segunda-feira, 30 de março de 2009
FACULDADE DE DIREITO DE SERGIPE - I
Há um bom tempo venho pesquisando a origem da Faculdade de Direito de Sergipe. Os documentos que comprovam a sua instalação nem sempre são fáceis de encontrar, mesmo na própria UFS, que a absorveu, nem em outros Órgãos. Mas não desanimei, em notícias esparsas, aqui e ali, e até alguns dados quando lá estive, como discente e posteriormente como docente, por volta do início da década de l970.
Do acervo colhido ,passo a dar as seguintes informações para os pósteros:
a) Em l950, um grupo de juristas patrícios fundou a Faculdade de Direito de Sergipe, buscando dar à mocidade sergipana, - que sempre foi vocacionada para os estudos jurídico-sociais -, o direito de graduar-se dentro do seu Estado, sem ter que ir para a Bahia ou outros centros;
b) Trabalhando em equipe, os fundadores conseguiram dotar Sergipe de uma Escola de direito;
c) Alguns dos fundadores tombaram no caminho, como Carvalho Neto, Octávio Leite, Enoch Santiago, Álvaro Silva e Leite Neto;
d) Mas continuaram a labutar, na senda do saber,Posteriormente os profs. Alberto Bragança de Azevedo, Gonçalo Rollemberg Leite, Hunald Cardoso, João de Araújo Monteiro, José da Silva Ribeiro Filho, Luiz Pereira de Melo, Manuel Cabral Machado, Olavo Ferreira Leite e Osman Hora Fontes;
e) Posteriormente assumem suas cátedras os profs. José Amado Nascimento, Balduíno Ramalho, Garcia Moreno, Bonifácio Fortes, José Silvério Leite Fontes, Waldemar Fortuna de Castro, Luiz Carlos Fontes de Alencar e Juçara Fernandes Fontes, além de outros que me fogem à memória.
Para conhecimento da comunidade, foto dos formandos de 1969 e alguns dos professores da época, onde também está este escriba.
Seguiremos contando a história da Faculdade de Direito de Sergipe.
Bom dia, Aracaju
sábado, 28 de março de 2009
CAOS TOMA CONTA DE ARACAJU
Diariamente, após caminhada nas redondezas, compro os jornais da terra para me informar sobre os últimos acontecimentos. Também ao café, tv. ligada, vejo as notícias internacionais, nacionais e locais. Costume de muito tempo. Mas hoje fiquei estarrecido. As manchetes dos três principais matutinos só falavam em "CAOS". Um dos jornais estampa: "mais de 180 mil usuários de transporte coletivo sofrem com a paralisação"; outro: " Aracaju vive manhã de caos e violência no centro"; e um terceiro, mais timidamente, também se refere à péssima situação por que passa o cidadão sergipano. É triste vê esse momento crucial. Como morador de Aracaju durante 60 anos jamais presenciei tal estado de coisas. Sempre houve greves, até a minha Universidade Federal faz greve, estive em várias naquela casa de ensino superior. Mas não um encadeamento de paralisações como agora. Essa parede (grève, do francês) vem ocorrendo em várias categorias profissionais, como dos motoristas de ônibus, dos professores estaduais e municipais. Outras categorias já ameaçam com a paralisação. Além do caos implantado, A DESO tem penalizado o aracajuano com a falta de água na cidade. O tal de rodízio, que não é cumprido como estabelecido. Mas os governantes acham que tudo está bem , - para alguns , diga-se de passagem -; o governo federal diz que é "uma marolinha", uma "gripe" que está assolando o País. Tomara que não seja o tsunami ou a gripe espanhola, que no início do século 20 dizimou milhares de brasileiros. Daqui a pouco vão insinuar que o caos foi promovido pelo governo anterior. Já estou cansado dessa conversa, é o único argumento que o líder do governo na Assembléia tem. É uma lenga-lenga danada, própria de quem não tem argumento. Segue-lhe o líder do governo municipal, o governo da "cidade de melhor qualidade de vida". Foi um achado para o Prefeito essa pesquisa feita por um órgão governamental. Quem não tem o que mostrar se ampara nas pesquisas feitas por amostragem. Acredito que a pesquisa foi feita aqui na zona sul, na 13 de Julho, na orla., etc. Vá visitar os bairros da periferia da zona norte para ver o que acontece. Bairros sem água, sem esgoto, sem luz elétrica. Esse é o quadro de nossa cidade. O Secretário de Educação, meu colega na UFS, pegou, como se diz " um rabo de foguete" e tenta apagá-lo, sem êxito. Pobres professores, que não recebem piso salarial da categoria e por sofismas a Secretaria informa que está cumprindo o que estatui a lei. Na verdade, o magistério, quer federal, estadual ou municipal não é reconhecido pelo poder público. Veja-se a UFS, quando lá estive vi greves de mais de 3 meses e o governo pouco ligava. Para concluir, transcrevo, aqui uma frase do ator global :" Em Sergipe, agora, a história é outra". É verdade, a história tá sendo outra, diferente dos governos que tiveram assento nos dois executivos, enfim, Aracaju tá sendo lançado no CAOS. Vamos ver se se levanta. Boa tarde, minha cidade.
terça-feira, 24 de março de 2009
BAIRROS DE ARACAJU DO SÉCULO 20
Do Estado de Alagoas, onde nasci, mais precisamente na cidade de São Brás, localizada à margem esquerda do rio São Francisco, o "velho Chico", chego à "metrópole", para mim, de Aracaju. Chamam-na, à época de Barbosópolis, em homenagem a Inácio Barbosa, governante da época, que transferiu de São Cristóvão para Aracaju a capital do Estado. Contam que um filho da terra sancristovense -" João Bebe Água", guardou por muitos anos os foguetes para espocar tão logo a capital voltasse para a sua terra. É essa Aracaju de 154 anos que encheu os meus olhos de alegria. Essa cidade de Barbosa ( o sufixo indica) me viu pisar o seu chão por volta da metade do século 20. À época poucos eram os seus bairros: Santo Antônio, Industrial, Oficinas (Aribé, Siqueira Campos), Dezoito do Forte, Praia Formosa (hoje 13 de Julho), São José e "Carro Quebrado" ( hoje Av. Edézio Vieira de Melo). Era a época dos nossos queridos bondes, que percorriam todos esses bairros. Havia até o circular; Era a Aracaju bucólica, "Cidade Jardim", como também foi conhecida; Era a Aracaju das vitrines da rua João Pessoa (hj. Calçadão); Era a Aracaju dos carnavais da rua João Pessoa, festejo que percorria desde a José do Prado Franco até a pça. Fausto Cardoso. Vendia-se lança perfume a granel. Cada bairro tinha sua peculiaridade: Santo Antônio sempre dedicado ao santo casamenteiro e ali se instalou a classe média baixa, com suas casinhas. Lembro bem da rua D. Quirino, onde o bonde passava; Simeão Sobral, por onde trafegavam os ônibus que se dirigiam ao interior do Estado. Eram veículos da empresa Marinho Tavares. Ficavam estacionados na rua da frente, ao lado da alfândega, no hidroviário. Bairro Industrial com suas fábricas de tecidos: Confiança e Sergipe Industrial; Oficinas/Aribé/Siq. Campos, onde se desenvolvia, à época, o comércio, com suas bodegas, mercearias e a estação de trem Leste Brasileiro, hoje desativada. Dezoito do Forte, que se desenvolveu junto ao Quartel do 28BC. Praia Formosa (hj. 13 de Julho), local da aristocracia sergipana, ali tinha os Clubes Sergipe e Cotinguiba, depois o Iate, dedicados às regatas. São José, bairro onde se encontra a igreja do mesmo nome, ficava à beira dos mangues. Carro Quebrado era quase que uma vila, com suas casinhas de palha, vizinho ao São José. Depois, no governo Leandro Maciel nasceu Brasília, mangues aterrados com a areia das ruas Capela, Bonfim, Lagarto. Este era o quadro da Aracaju dos anos cinquenta. Bom dia, Aracaju.
segunda-feira, 23 de março de 2009
O ATHENEU
Não se trata aqui da obra famosa de Aluísio Azevedo no século dezenove, mas do Atheneu de Sergipe, do meu Atheneu. Passo em frente ao prédio, na Av. Ivo do Prado, e me entristece ver o estado daquela escola, que produziu os maiores vultos da intelectualidade sergipana. Por volta de 1947 ali entrei, após exame de admissão. Para o menino de 13 anos tudo era festa. Inicio o ginásio e conheço grandes mestres. Avultavam Manuel Franco Freire, de Inglês, Ofenísia Soares Freire, de Português, José Augusto da Rocha Lima, de Francês, Mons. Dr. Alberto Bragança de Azevedo, de Latim e mais Jugurta, Franklin e tá chegando Paulo Almeida Machado, que muito depois foi meu colega no Dep. de Direito da Ufs. Belos tempos, belos dias. Dali, muitos colegas galgaram altos postos nos chamados três poderes de Montesquieu: Executivo, Legislativo e Judiciário e até no chamado também quarto poder, a imprensa. Mas, como disse, é triste ver o estado deplorável em que se encontra aquela casa de ensino. Como diz o poeta romano, " cai, dos meus olhos, uma gota". Bom dia , Aracaju
sábado, 21 de março de 2009
TARDES DE ARACAJU - minha primeira crônica
Te vejo, Aracaju, tão ensolarada, tão bonita. Daqui do meu apê diviso prédios te cercando. Hoje, minha cidade, tu és ré da ambição imobiliária. Hoje, Aracaju, não és mais a cidade provinciana que conheci quando aqui cheguei. E lá vão mais de 60 anos. Hoje já es uma moça sesquicentenária, perdeste a juventude. Cadê, Aracaju, os seus morros de areia que eu soltava pipas. Cadê Aracaju, o nosso Parque, com suas cachoeiras e o meu colégio Jackson de Figueiredo, do Prof. Benedito e D. Judite. Cadê, Aracaju, a Praia Formosa, onde na baixamar os meninos jogavam bola. Cadê, Aracaju, o meu Atenheuzinho na rua da frente, onde fiz o meu ginásio. Cadê, Aracaju, as famosas retretas da Praça Fausto Cardoso, onde os casais passeavam rodeando a praça. Cadê, Aracaju, a Associação Atlética de Sergipe, clube aristocrático da cidade, antes do Iate. Pois é, Aracaju, vou continuar a indagar e espero uma resposta. Boa tarde, Aracaju.
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